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Instituto português lidera projeto para o desenvolvimento de comunicações 6G

07 fevereiro 2023

Com o avanço da transição digital fica, cada vez mais, a descoberto, a incapacidade de garantir que as tecnologias sem fios atuais respondem aos requisitos de data rate e latência adequados às necessidades das empresas e instituições e, nesse sentido, o projeto TERRAMETA - TERahertz ReconfigurAble METAsurfaces for ultra-high-rate wireless communications - propõe investigar as tecnologias THz como uma potencial solução.

“O projeto TERRAMETA pretende demonstrar a viabilidade de redes sem fios de alto débito apoiadas por superfícies inteligentes reconfiguráveis, explorando frequências entre os 100 GHz e 300 GHz, o que está completamente alinhado com as tendências identificadas para o 6G”, explica Luís Pessoa, investigador do INESC TEC responsável pelo projeto e docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, salientando que é esperado que “as superfícies inteligentes reconfiguráveis venham, num futuro próximo, a revolucionar as comunicações sem fios, uma vez que o canal de comunicações passará a ser também controlável”. “Imagine-se que no futuro todas as superfícies que nos rodeiam no dia-a-dia, desde chão a paredes e tetos, passam a ser inteligentes, com capacidade de computação, sensorização e apoiando as comunicações”, continua.

O projeto visa transferir as tecnologias mais recentes e inovadoras do hardware THz RIS para teste e produzir demonstrações mundiais para a rede de comunicações THz assistida por superfícies inteligentes reconfiguráveis, em cenários de aplicações práticas. Deste modo, será possível demonstrar a viabilidade da aplicação de THz RIS num ambiente “Industrial Edge” e cenários de telecomunicações ao ar livre com equipamentos reais.

Em termos práticos, explica o investigador do INESC TEC, “a rede TERRAMETA THz irá permitir, de forma inovadora, contornar o problema dos obstáculos que impedem a obtenção da linha de vista necessária para permitir a ligação sem fios a THz entre dois pontos”.

O objetivo, garante, é “assegurar a retransmissão do sinal através da reflexão passiva numa RIS instalada, por exemplo, numa parede interior ou exterior de um edifício”.

O projeto TERRAMETA irá abordar o desenvolvimento de novas tecnologias a partir de três perspetivas: arquiteturas de superfícies inteligentes reconfiguráveis ​​transmissivas e reflexivas com capacidade de deteção necessária para estimação de canal, localização e mapeamento 3D; Materiais e componentes eletrónicos que possam suportar a frequência de operação THz com desempenho adequado, baixo custo de fabrico e baixo consumo de energia e técnicas de processamento de sinal para comunicações, localização e deteção usando THz RIS.

“Os avanços tecnológicos alcançados no projeto podem levar ao desenvolvimento de novos produtos que vão além do mercado de telecomunicações”, adianta Luís Pessoa, “nomeadamente em casos de uso dentro de cidades, residências e fábricas inteligentes”.

No caso das Fábricas inteligentes, por exemplo, a sensorização suportada por THz RIS pode permitir uma melhor compreensão do chão de fábrica, incluindo, por exemplo, a monitorização e rastreamento aprimorados da mobilidade de pessoas e objetos, linhas de produção, empilhadores e outros robots inteligentes.

Ao INESC TEC juntam-se 12 parceiros, entre eles duas entidades portuguesas, são elas: a Universidade Nova de Lisboa e o Instituto de Telecomunicações. O TERRAMETA arrancou em 2023 e terá a duração de três anos. É financiado em 6,3 milhões de euros pela Comissão Europeia.