A Agência de Projectos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA), dos EUA, estabeleceu um contrato com o Instituto de Robótica da Carnegie Mellon University (CMU) para desenvolver um sistema de voo autónomo para o Transformer Program (TX) que investiga a viabilidade de um veículo militar se transformar num veículo com capacidade aérea (vTOL -vertical-take-off-and-landing). Este novo veículo previsto pela DARPA poderá vir a ter a capacidade para transportar quatro pessoas e cerca de 500 quilos de carga num percurso de 250 milhas marítimas, porteira e ar. A sua mobilidade avançada aumentará também a taxa de sobrevivência pelo facto de conseguir fazer movimentos menos previsíveis e por se adequar a um conjunto alargado de missões, tais como observação e vigilância, reposição e fornecimento, ou evacuação médica.
Segundo Sanjiv Singh, professor de robótica da CMU, "O TX tem que ver sobretudo com flexibilidade de movimento. O que é realmente determinante neste conceito é a ideia de que o veículo possa ser dirigido por um soldado sem qualquer treino ou experiência de pilotagem". O professor acrescenta ainda que "na prática, significa que o veículo poderá voar sozinho ou com o mínimo de "inputs" do operador. E significa ainda que o veículo tem de estar sempre 'consciente' do ambiente em que se encontra e de ser capaz de reagir e responder automaticamente e em conformidade com essa informação".
Sanjiv Singh trabalhou nas áreas de percepção e planeamento robóticos com o objectivo de apresentar um helicóptero que pode voar de forma autónoma entre fios, árvores e edifícios, desenvolvido no âmbito de um programa específico da DARPA.
Em 2010, Singh trabalhou no projecto Piasecki Aircraft, um helicóptero que consegue evitar obstáculos a baixa altitude e seleccionar um local para aterrar e fazê-lo sem qualquer "input" humano.
Parcerias com Portugal
A CMU tem uma vasta experiência em navegação autónoma e afirma ser líder nesta área, tendo já desenvolvido em projectos como o Boss, um carro que se conduz a si próprio e que venceu o "Urban Challenge" lançado pela DARPA em 2007, e também o DepthX, um submarino autónomo da NASA que explorou a cavidade mais funda do mundo, também em 2007. Através do Programa Carnegie Mellon Portugal, a CMU tem trabalhado em colaboração com várias universidades e empresas portuguesas na área da robótica e da comunicação inter-veicular, nomeadamente no âmbito do projecto Drive-IN que tem o maior "testbed" da Europa em redes veiculares (500 táxis na cidade do Porto). No caso do Drive-IN, o projecto é liderado pelos investigadores Michel Ferreira da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e Ozan Tonguz (da CMU), e envolve as Faculdades de Ciências e de Engenharia da Universidade do Porto (FCUP e FEUP), o Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores (LIACC/UP), a Universidade de Aveiro, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC Porto), o Instituto de Telecomunicações (IT), a CMU, o Instituto de Mobilidade e de Transportes Terrestres (IMTT), a RadiTaxis, a NDrive e a Geolink.
A CMU é uma das seis entidades que a DARPA designou para o programa TX, tendo como focos de actividade o desenvolvimento das áreas de percepção situacional, impedimento de colisões e controlo intuitivo. Para além disso, a CMU vai também trabalhar em colaboração com a Honeywell Laboratories nas questões relacionadas com os factores humanos do programa.
O contracto estabelecido pela DARPA com a CMU tem a duração de 17 meses, no valor de 988 mil dólares. A DARPA é uma agência criada pelo departamento de Defesa do EUA com o objectivo de implementar e dirigir projectos avançados de pesquisa e desenvolvimento para os militares.
O Crime, 30 de Junho de 2011
30 junho 2011
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