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Portugal vai demonstrar o potencial da energia offshore híbrida

09 setembro 2021

O uso eficiente e eficaz de energias renováveis ​​offshore é fundamental para cumprir o objetivo da União Europeia de atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050. O projeto europeu de 45 milhões de euros de energia marinha EU-SCORES (European SCalable Offshore Renewable Energy Sources) vai contribuir para este objetivo ao fazer uso, pela primeira vez, do potencial em larga escala dos sistemas solares, eólicos offshore e das ondas, através da instalação de dois demonstradores na Europa, um em Portugal e outro na Bélgica.

As demonstrações do projeto EU-SCORES visam mostrar os benefícios da produção de energia contínua, aproveitando fontes de energia complementares, incluindo vento, sol e ondas. Esta abordagem híbrida criará um sistema de energia mais resiliente e estável, com maior capacidade de produção e a um custo mais baixo por MWh (Megawatt-hora). A implementação do parque híbrido será articulada com o estudo de integração de outros vetores energéticos, como a produção de hidrogénio verde, cuja viabilidade de exploração será analisada do ponto de vista técnico e económico no decurso do projeto.

 “Hoje é claro que a transição energética a nível global passará pela exploração eficiente e sustentável do oceano, possivelmente o nosso recurso mais importante em Portugal. O projeto EU-SCORES apresenta uma excelente oportunidade para demonstrar conceitos híbridos inovadores que poderão alavancar a indústria renovável offshore em Portugal e na Europa”, afirma Francisco Correia da Fonseca, Engenheiro Sénior no WavEC.

 “A produção de energia offshore será um vetor fundamental da transição energética do planeta e do combate às alterações climáticas. Na EDP, somos pioneiros no uso do espaço marítimo para a produção de energia renovável, fazendo parte do consórcio que instalou o primeiro parque eólico flutuante da Europa Continental. Com este novo projeto, que vai explorar em conjunto múltiplas tecnologias em alto mar, pretendemos demonstrar o forte contributo que a produção offshore pode dar para a produção e consumo de energia limpa”, declara João Maciel, Diretor de I&D da EDP.

Em Portugal, um parque de energia das ondas de 1,2 MW da empresa CorPower Ocean Lda, será instalado ao largo da Aguçadoura, o que permite obter dados científicos relevantes para análise, dada a proximidade ao parque eólico offshore. Ao largo de Viana do Castelo, e no âmbito do projeto, será ainda instalado um hub que permite, entre outras, a possibilidade de ligação de um parque de 10MW de energia das ondas, tirando partido da infraestrutura submarina existente.

“A abordagem híbrida permitirá um fornecimento de eletricidade mais confiável e constante, já que temos diferentes fontes de geração de energia, e uma fonte pode compensar a outra quando a produção de uma delas for insuficiente. A utilização em simultâneo de infraestruturas elétricas críticas e a exploração de metodologias avançadas de operação e manutenção do parque híbrido, apoiada por sistemas autónomos inovadores, também trará benefícios ao nível da redução de custos por MWh”, afirma Bernardo Silva, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência INESC TEC, um dos parceiros portugueses do projeto.

As demonstrações do projeto -além do caso português existe também a demonstração belga, onde será instalado um sistema fotovoltaico offshore de 3 MW da Oceans of Energy num parque eólico fixo- apoiarão a estabilidade e resiliência do sistema energético europeu, acautelando ao mesmo tempo a sustentabilidade e os ecossistemas existentes.

Fazem parte do projeto três instituições portuguesas: EDP, INESC TEC e WavEC, que irão contribuir na definição da solução e sua implementação, assim como na monitorização das estruturas e toda a biodiversidade marítima, por forma a determinar os impactos inerentes à instalação deste tipo de estruturas. Os parceiros portugueses irão contribuir também no desenvolvimento de estratégias de controlo para a operação e de gestão de ativos para a operação otimizada dos parques híbridos, assim como na simulação da participação deste tipo de parques em ambiente de mercado de energia elétrica.

O projeto inclui 17 parceiros, de nove países, sendo liderado pelos holandeses do Dutch Marine Energy Centre (DMEC). Os restantes membros do consórcio são: Oceans of Energy, TU Delft, SBM offshore (Holanda); POM West-Vlaanderen (Bélgica); RWE Renewables (Alemanha), CorPower Ocean, Uppsala University (Suécia); Lappeenranta-Lahti University of Technology (Finlândia); Enel Green Power, RINA offshore consultants (Itália), INNOSEA – a AqualisBraemar LOC Group company (França); EDP, WavEC Offshore Renewables, INESC TEC (Portugal), Exceedence e Western Star Wave – a Simply Blue Group company (Irlanda). O projeto é ainda apoiado por: IRO (Associação de Fornecedores Holandeses na Indústria de Energia Offshore), ENECO Group, Redes Enérgeticas Nacionais, Parkwind, Ocean Winds, Energie Baden-Württemberg.

O projeto recebeu um financiamento de 45 milhões de euros do programa de investigação e inovação Horizonte 2020 no âmbito do programa Green Deal da União Europeia, ao abrigo do acordo número 101036457.