Rui Diogo Rebelo referiu que o projecto CEC-made-shoe foi lançado e gerido pela Confederação Europeia do Calçado e contou com financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder), através do sexto Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento.
O projecto, de quatro anos, permitiu desenvolver novos conceitos de produto, materiais mais confortáveis e mais amigos do ambiente, sistemas e processos de fabrico mais versáteis e eficientes, e novos modelos de negócio e de gestão da cadeia de fornecimento.
Além da Kyaia, Aerosoles e Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto, participaram no projecto mais cinco parceiros portugueses, a Procalçado, Centro Tecnológico do Calçado, Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP/Universidade do Minho), Companhia de Equipamentos Industriais (CIE) e Lirel - Lima & Resende.
A aplicação de inovações na Kyaia foi apresentada hoje numa das três unidades da empresa em Paredes de Coura, depois de uma sessão idêntica na Aerosoles.
Rui Diogo Rebelo referiu que “um dos projectos de referência aplicado na Kyaia foi o ‘One Step Production Process’, que visa conseguir produzir pequenas quantidades, com grande flexibilidade e tempo de resposta curto”.
O presidente da Kyaia, Fortunato Frederico, disse à Lusa que o “One Step” começou a ser experimentado “há cerca de três ou quatro meses” e está a permitir à empresa adaptar a sua produção a encomendas mais pequenas, nomeadamente de modelos de marca que incorporam moda.
“A indústria portuguesa de calçado desenvolveu-se com base nas grandes encomendas, mas depois evoluiu. Os nossos equipamentos estavam inadequados, porque estavam previstos para a produção em grande série”, afirmou Fortunato Frederico.
“Hoje é possível uma linha estar a produzir quatro ou cinco modelos ao mesmo tempo”, salientou, destacando a importância de respostas rápidas e personalizadas para clientes de países “com poder de compra”, como os da Europa, Estados Unidos e Japão.
Fortunato Frederico afirmou que a Kyaia registou em 2007 um volume de negócios de 26 milhões de euros, resultante em 95 por cento de exportações, fundamentalmente para os mercados europeu, norte-americano e asiático, através da marca Fly London.
“A facturação tem crescido 20 por cento ao ano”, salientou, acrescentando que a Kyaia emprega actualmente 110 pessoas na fábrica de Guimarães, onde a empresa nasceu há 24 anos, e 220 nas três unidades de Paredes de Coura, para onde a produção foi alargada há 20 anos.
Além da produção, a Kyaia dedica-se também ao retalho, através da cadeia de 70 lojas de calçado Foreva, adquirida há três anos e “abastecida em 70 por cento por pequenos fabricantes” portugueses.
As inovações desenvolvidas no projecto CEC-made-shoe, que em Portugal foi gerido pela Agência da Inovação e co-financiado pelo programa Prime, foram aplicadas também na Aerosoles, uma das marcas portuguesas de calçado com maior projecção internacional.
“Na Aerosoles, apresentámos o PICShoe, um projecto de gestão de processos da cadeia de fornecimento, que liga toda a rede de intervenientes no fabrico e venda de produtos”, afirmou Rui Diogo Rebelo.
Lusa, 21 de Julho de 2008
25 julho 2008
The access to the final selection minute is only available to applicants.
Please check the confirmation e-mail of your application to obtain the access code.