Centro de Investigação em Engenharia Biomédica é a nova unidade do INESC TEC
Desde o início do ano que o INESC TEC conta com mais uma unidade de investigação na sua constituição: o Centro de Investigação em Engenharia Biomédica (Center for Biomedical Engineering Research - C-BER) ambiciona a promoção do conhecimento interdisciplinar através de investigação aplicada, formação avançada e inovação em Engenharia Biomédica. A coordenação da unidade de I&D está a cargo de Aurélio Campilho e João Paulo Cunha, dois investigadores com um percurso consolidado neste campo
28 abril 2014
C-BER confere ao Laboratório Associado novas competências em Engenharia Biomédica

C-BER vai desenvolver tecnologias de prevenção, deteção, diagnóstico e reabilitação de patologias
Energia, Robótica, Telecomunicações ou Computação Gráfica são algumas das competências do INESC TEC que, com o C-BER, expande o seu know-how para a área da Engenharia Biomédica. Este domínio já vinha registando uma contínua expansão no Laboratório Associado - recorde-se por exemplo a criação, no ano passado, do grupo BRAIN (Biomedical Research And INnovation).
Agregando o BRAIN, mas também investigadores provenientes de outras unidades do INESC TEC e ainda do grupo de Bioimagem do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB), o C-BER tem como missão promover o conhecimento interdisciplinar através de investigação aplicada, formação avançada e inovação em Engenharia Biomédica. As linhas estratégicas centrais visam “contribuir para o avanço no desenvolvimento de metodologias e tecnologias de apoio à prevenção, deteção precoce, diagnóstico e reabilitação de diferentes tipos de patologias, ou debilidades funcionais”, completa Aurélio Campilho.


O C-BER não pretende ser apenas uma unidade isolada e, além da produção de investigação científica, planeia incentivar e melhorar a já existente rede de contactos na U.Porto, a nível nacional e internacional. São apostas da nova unidade a promoção da validação clínica dos produtos e sistemas desenvolvidos, bem como o incentivo à transferência de tecnologias de projetos que já atingiram um grau de maturidade consentânea com a sua aplicabilidade e utilidade clínica. O C-BER quer ainda alargar a ligação empresarial de investigadores, ampliando o envolvimento já existente na parceria com duas empresas cofundadas por investigadores do C-BER, a Biodevices SA e a Kinematix.
“Os investigadores do INESC TEC procurarão contribuir para o desenvolvimento e avanço das tecnologias da Engenharia Biomédica na U.Porto promovendo parcerias estratégias a nível internacional e, principalmente, com outros centros e unidades do INESC TEC, com parceiros clínicos dos hospitais da região, com institutos de investigação como o I3S (Instituto de Inovação e Investigação em Saúde) e, muito especialmente, com o INEB, onde alguns investigadores do C-BER têm as suas raízes”, concluem Aurélio Campilho e João Paulo Cunha.
Atividade do C-BER abrange três áreas: BioInstrumentação, Imagem Biomédica e NeuroEngenharia
O C-BER tem nesta fase inicial seis investigadores seniores, vários investigadores de pós-doutoramento e contratados, bem como estudantes de doutoramento e mestrado que desenvolvem investigação que assenta em três áreas de investigação principais: BioInstrumentação, Imagem Biomédica e NeuroEngenharia.
Ao nível da Bioinstrumentação, o C-BER procura desenvolver tecnologias avançadas para criar sistemas de monitorização vestíveis e sensores embebidospara aplicações de saúde, desporto e bem-estar. A atividade de investigação em Compressive Sensing destaca-se nesta área. Este novo paradigma de aquisição de imagem torna possível a obtenção de imagens em situações muito adversas, tais como uma elevada gama dinâmica de radiação multiespectral que não pode ser captada por câmaras convencionais. É o que acontece, por exemplo, em imagens biológicas em que as variações de intensidade são muito elevadas, desde o muito escuro ao muito brilhante, e em que ambas a regiões contêm informação valiosa a medir.


Já no campo da Imagem Biomédica são desenvolvidos projetos de apoio à deteção precoce e ao diagnóstico médico assistido por computador em múltiplas áreas da medicina, em particular do foro oftalmológico, cardiovascular e pulmonar. Exemplo disso é o projeto “Retina CAD”, que tem como principal objetivo a deteção e caracterização precoce de lesões e patologias oculares em várias camadas oculares, incluindo a retina e a coroide, através da obtenção automática de biomarcadores que caraterizem a condição vascular.
Por fim, no domínio da NeuroEngenharia o C-BER desenvolve actividade de I&D em neuro-imagiologia, sistemas de apoio à neuro-cirúrgia e neurofisiologia e interfaces cérebro-computador. A título de exemplo conta-se a atividade relevante de I&D para a caracterização de padrões de alteração do movimento do corpo humano causados por patologias neurológicas, como os provocados por crises epiléticas ou pela doença de Parkinson.
Os coordenadores
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João Paulo Cunha
Antes de se juntar ao Laboratório Associado, João Paulo Cunha foi docente da Universidade de Aveiro e esteve também integrado no Instituto de Engenharia Eletrotécnica e Telemática de Aveiro (IEETA). Paralelamente à coordenação do C-BER e do grupo BRAIN no INESC TEC, é professor associado com agregação no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) da FEUP. É igualmente professor visitante da Faculdade de Medicina da Universidade de Munique e faculty do programa Carnegie-Mellon|Portugal.

Aurélio Campilho
Aurélio Campilho concilia atualmente a docência na FEUP com a direção do Programa Doutoral em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na mesma faculdade. Desenvolve investigação científica nas áreas de Análise de Imagem Biomédica, Visão Computacional e Processamento e Análise de Imagem, primeiro no INEB e agora no C-BER. É professor catedrático no DEEC.
Os investigadores com ligação ao INESC TEC referidos nesta notícia têm vínculo à seguinte entidade parceira do Laboratório Associado: FEUP.