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Artigo

Investigador do INESC TEC cria kit de robótica para crianças e adolescentes

Rolando Barradas, investigador do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes (CRIIS) do INESC TEC é o responsável pelo desenvolvimento de um kitde robótica direcionado para crianças e adolescentes, capaz de potenciar o desenvolvimento de competências em diferentes áreas.

26 novembro 2020

Esta iniciativa surgiu no âmbito do doutoramento em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores de Rolando Barradas na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e pretende tornar a robótica mais acessível às crianças e adolescentes, dando a oportunidade às escolas de adquirir os equipamentos robóticos para os alunos a menor custo. Em concreto, o objetivo é “juntar componentes já existentes no mercado de forma a criar um kit mais acessível comparativamente com os restantes”, refere Rolando.

Com um orçamento de 235 mil euros para o projeto Erasmus+ KA202 Robots for STEM, pretende-se cativar os alunos para a área das Ciências e Tecnologias, através do desenvolvimento de um kit de robótica que possa ser utilizado como ferramenta de ensino interdisciplinar. A ideia passa por criar um currículo para determinadas disciplinas para além de informática e robótica, como a física e matemática, com exercícios que possam ser resolvidos através desse robô.

Para Rolando Barradas, esta iniciativa é crucial para “criar alguma equidade em relação ao real acesso às tecnologias e equipamentos. Há escolas que dispõe de mais verbas, o que facilita a aquisição dos kitsatualmente no mercado, mas, para grande parte delas, somente é possível adquirir uns 4 ou 5 por agrupamento, o que é manifestamente insuficiente se queremos tornar a robótica uma parte integrante do currículo das crianças e jovens.” Adicionalmente, o investigador referiu também que “o que realmente se está a tentar criar é mais do que o kit de peças, propriamente ditas. É criar algo que transcenda o simples ensino da informática, robótica e programação, mas que seja suficientemente cativante e flexível que possa ser facilmente utilizado noutras áreas tal como a Física e a Matemática. Claro que para isso, é necessário mais do que um engenheiro, criador de soluções técnicas. É necessário contar com a ajuda de especialistas nas outras áreas. Foi por isso que escolhemos escolas para nos auxiliarem nessa tarefa.”

O projeto, cuja duração é de 24 meses, conta com a participação de cinco escolas de ensino básico, nomeadamente, o Colégio Paulo VI, em Portugal, e outras quatro na Turquia, Itália, Lituânia e Croácia, por uma empresa portuguesa de formação de professores e por uma empresa especializada em consultoria de projetos de Inglaterra.

Adicionalmente, continua o investigador, “um dos grandes problemas que identificamos antes de nos candidatarmos ao projeto foi que, de nada serve colocar a tecnologia nas escolas se os professores não estiveram aptos a utiliza-la. E no que à robótica diz respeito, poucos são aqueles de outras áreas que não a informática que se aventuram por esses caminhos. Foi por isso que também incluímos no projeto uma empresa especializada na formação de professores. O objetivo é, para além de criar a ferramenta, potenciar os professores dando-lhe meios técnicos e formando-os em ambientes inovadores de aprendizagem como a gamification e a flipped classroom, para que, como acontece um grande número de vezes, a tecnologia não chegue à escola e fique simplesmente esquecida.”

De referir ainda que o consórcio pretende desenvolver também uma ferramenta com atividades para alunos e práticas pedagógicas em cenários educativos inovadores para professores, bem como um livro com as experiências de ensino e as perceções dos alunos sobre as práticas pedagógicas utilizadas no projeto.

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo à UTAD.