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Artigo

INESC TEC integra rede de investigação sobre a linguagem na ‘era humano-máquina’

De que forma irá a tecnologia da linguagem mudar a nossa maneira de comunicamos? Ou mesmo a própria linguagem? Qual será o papel de chatbots na forma como participamos em diálogos e conversas? 

16 setembro 2021

A rede de investigação Language in the Human-Machine Era (LITHME), que junta o INESC TEC e parceiros de 52 países, vai debruçar-se sobre estas e outras questões, procurando explorar de que forma os grandes avanços tecnológicos podem transformar a nossa comunicação e, em última análise, a própria linguagem.

“O uso de aplicações de realidade imersiva pode trazer vantagens em inúmeros domínios de aplicação, sendo que o Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG), através da equipa de investigação do Laboratório MASSIVE, irá contribuir para o estado da arte das tecnologias imersivas para o ensino de língua estrangeira”, afirma Miguel Melo, investigador do CSIG que participa no projeto.

O contributo do CSIG para a LITHME incide no desenvolvimento de aplicações de realidade virtual imersivas tendo em vista a integração, de forma progressiva, dessas mesmas tecnologias no ensino de línguas estrangeiras; e no estudo do impacto dessas mesmas tecnologias tanto no processo de ensino como no processo de aprendizagem.

“The Dawn of the Human-Machine Era”

A rede publicou um relatório “The Dawn of the Human-Machine Era” que reúne dezenas de especialistas nas áreas de tecnologia da linguagem e investigação linguística. Este documento descreve o atual estado desta área, bem como possíveis avanços em termos de tecnologia da linguagem – escrita, falada, tátil e gestual -. O relatório apresenta diferentes tipos de software, aparelhos e dispositivos que poderão mudar a forma como comunicamos, tais como óculos de realidade aumentada, ou espaços de realidade virtual imersiva.

“O objetivo do relatório é passar uma imagem clara sobre como a tecnologia irá influenciar a nossa comunicação. Questões como a desigualdade no acesso a tecnologias, os problemas associados à privacidade e à segurança, e as novas formas de fraude e crime são também abordadas, para que se promova uma reflecção sobre os desafios associados”, afirma Miguel Melo.

O contributo do CSIG para a LITHME incide no desenvolvimento de aplicações de realidade virtual imersivas.

Quais as grandes mudanças na forma como comunicamos?

Tendo em conta as tecnologias existentes, bem como os possíveis desenvolvimentos no futuro, é possível identificar duas grandes mudanças na forma como comunicamos: falar com recurso a tecnologias, e dialogar com as próprias tecnologias.

A primeira implica introduzir os dispositivos wearables nas nossas conversas, de forma a terem um papel mais ativo nas mesmas. “Em breve, deixaremos de olhar para os telemóveis; a informação irá surgir à frente dos nossos olhos, e será transmitida por pequenos acessórios oculares. Se, ao mesmo tempo, utilizarmos auriculares inteligentes, seremos capazes de ver e ouvir informação adicional sobre o que nos rodeia: coisas simples, como as direções para determinado local, ou conteúdo mais avançado, como a tradução automática do que é dito por pessoas que falam idiomas diferentes do nosso. Ao mesmo tempo, as nossas palavras serão identificadas e traduzidas enquanto falamos, aparecendo posteriormente como legendas; e as outras pessoas serão capazes de ver e ouvir o que estamos a dizer”, explica Dava Sayers, (Universidade de Jyväskylä, Finlândia), presidente da LITHME.

Será também possível conversar com chatbots, através de ecrãs, ou com personagens fictícias, com recurso a tecnologias de realidade virtual. Os chatbots do futuro serão bastante mais inteligentes do que os atuais, e capazes de manter diálogos complexos; além disso, terão a capacidade de nos ajudar a resolver problemas, de discutir ideias connosco, de nos apoiar quando estamos tristes, e de celebrar as nossas conquistas”, afirma Dava Sayers. “Tudo isto terá um grande impacto na linguagem”, conclui.

Colaboração entre linguistas e tecnólogos

A LITHME é financiada pelo Programa Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia (COST), tendo sido lançada em outubro de 2020, com uma duração de quatro anos. Atualmente, inclui parceiros de todos os 27 estados-membro da EU, juntamente com entidades oriundas de outros 25 países, de diferentes continentes. A LITHME visa preencher as lacunas existentes entre linguistas e especialistas em tecnologia, para que os primeiros possam ter acesso aos mais recentes desenvolvimentos tecnológicos, e os segundos consigam compreender o impacto das tecnologias emergentes, a nível linguístico e social.

Em Portugal, além do INESC TEC, a rede integra a Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC