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Artigo

INESC TEC desenvolve algoritmo para otimizar ‘car sharing’ em Portugal

Em 2017 quase 8 milhões de pessoas utilizavam o car sharing como meio de transporte em todo o mundo. Estudos apontam para que este número aumente cinco vezes até 2025[1]. Em Portugal, três empresas disponibilizam este serviço, todas em Lisboa, com uma frota de 400 veículos, o que comparativamente com outras cidades europeias representa uma oferta relativamente baixa.

12 fevereiro 2020

Um dos motivos pelos quais o negócio ainda não é suficientemente atrativo para as empresas, prende-se, por exemplo, com problemas de gestão da frota (dimensão, manutenção ou localização, por exemplo) e do preço do serviço.  O projeto “Smart inter(urban) shared mobility systems: Siu-SMS”, desenvolvido pelo Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI) do INESC TEC está a estudar este modelo de mobilidade urbana, com o objetivo de desenvolver novas formas que otimizem a oferta, de acordo com as capacidades da empresa, mas também a procura, seguindo as necessidades do consumidor.

O objetivo é integrar as decisões de preço e gestão de frota num cenário realista nos serviços de partilha de carros. “Por exemplo, o nosso algoritmo pode utilizar a abordagem dinâmica na definição de preços, por forma a reduzir os custos de relocalização de um veículo, isto é, o custo operacional para mudar os veículos dos locais onde são deixados para outras zonas, por forma a equilibrar o sistema de partilha de carros. Assim, o algoritmo proposto pode reduzir custos operacionais e aumentar a utilização de veículos, o que aumenta significativamente o lucro das empresas, enquanto distribui os veículos pelos locais que mais interessam aos utilizadores”, explica Beatriz Oliveira, investigadora do CEGI.

Os algoritmos desenvolvidos vão ter por base técnicas matemáticas e de decomposição, modelação de procura e comportamento do utilizador, bem como ferramentas de simulação de cenários para lidar com a incerteza.

“Em estudos recentes na cidade de Lisboa[2], a utilização de preços dinâmicos neste mercado, isto é, preços que são flexíveis de acordo com a procura ou a concorrência, mostrou que esta técnica pode aumentar o lucro diário das empresas de car sharing até 6 vezes com uma frota menor. Por isso, a nossa expectativa é que o novo algoritmo que estamos a desenvolver tenha um impacto significativo, não só para as empresas e a sua viabilidade, mas também na componente ambiental da mobilidade”, assegura Masoud Golalikhani, investigador do CEGI, que faz parte da equipa do projeto juntamente com Maria Antónia Carravilla (CEGI).

Depois de desenvolvido o algoritmo, o próximo passo do projeto será a integração destes sistemas noutros modelos de transporte, tais como o transporte intermodal de passageiros.

O projeto Siu-SMS é financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização – COMPETE 2020 e Portugal 2020 em 220mil€. Tem como parceiro a Universidade de Coimbra e termina em 2021.

Mais informações sobre o projeto: https://sites.google.com/view/siu-sms/home

Como funciona o car sharing?

O car sharing consiste no aluguer de um automóvel, sem motorista, por curtos períodos de tempo, através do registo em plataformas informáticas e da utilização de uma app no telemóvel para localizar, aceder e ligar as viaturas. As empresas de car sharing distribuem os seus automóveis pelas várias artérias de uma cidade, dentro de um determinado perímetro. Os utilizadores registam-se. Nos sistemas mais flexíveis, uma vez atingido o destino, estacionam o carro e não têm de voltar ao local de origem para devolver o carro.

O seu conceito, focado na mobilidade urbana, é por si só uma tentativa de reduzir o impacto ambiental do transporte de passageiros, representando uma alternativa real à propriedade de automóveis. “Com maior consciencialização sobre as mudanças climáticas e crescente incerteza sobre os preços dos combustíveis, os sistemas de partilha de carros provavelmente receberão ainda mais atenção nos próximos anos”, afirma Beatriz Oliveira.

Os investigadores mencionados na notícia têm vínculo à UP-FEUP e ao INESC TEC.

 

[1] Estudo da consultora Frost & Sullivan.

[2] Jorge, D., Molnar, G., & de Almeida Correia, G. H, 2015.